Licitação Emergencial: Regras e Procedimentos.

Licitação Emergencial: Regras e Procedimentos.

Quando o poder público precisa contratar com urgência, sem poder aguardar os prazos tradicionais de uma licitação comum, é aí que entra a chamada licitação emergencial.

Trata-se de uma exceção à regra geral da obrigatoriedade da licitação, prevista em lei, e que exige atenção redobrada de quem deseja participar.

Se você, empresário, tem interesse em fornecer bens ou serviços à Administração Pública em situações de emergência, é essencial compreender exatamente o que caracteriza esse tipo de contratação, quais são os limites legais, os cuidados que devem ser tomados e os procedimentos que precisam ser seguidos.

Neste artigo, como advogados especialistas em Licitações Públicas, nós explicamos tudo o que você precisa saber sobre Licitação Emergencial: Regras e Procedimentos.

Confira:

1. O que é Licitação Emergencial?

2. Licitação Emergencial: Regras essenciais.

3. Qual o procedimento da Licitação Emergencial?

4. Licitação Emergencial: Importância de contar com o auxílio de um advogado especialista em Licitações Públicas.

Afinal, embora seja uma via mais célere, a licitação emergencial não é um “vale tudo”, e tanto a Administração quanto os fornecedores devem respeitar os critérios legais com rigor.

Então, vamos nessa?

1. O que é Licitação Emergencial?

Em primeiro lugar é preciso entender o que é Licitação Emergencial.

Trata-se de um é um procedimento especial de contratação pública utilizado quando a Administração precisa agir com rapidez para atender a situações imprevistas e urgentes, que não permitem o cumprimento dos prazos e formalidades habituais de uma licitação comum.

Em outras palavras, é um mecanismo legal que permite ao poder público contratar de forma mais célere, mas sempre respeitando os limites impostos pela legislação.

Exemplo

Para entender melhor, imagine uma situação em que uma prefeitura precisa consertar imediatamente uma ponte que desabou parcialmente, colocando em risco a segurança da população.

Nesse caso, aguardar um processo licitatório tradicional, que pode levar semanas ou meses, colocaria em risco vidas e o bem-estar da comunidade.

A licitação emergencial foi criada justamente para esses momentos em que a urgência é crucial.

Embora a urgência justifique um processo mais célere, a Administração Pública está sujeita a limites rigorosos para garantir a legalidade, a transparência e a eficiência, e quem participa precisa estar atento a cada detalhe para não correr riscos.

Vamos entender isso melhor?

2. Licitação Emergencial: Regras essenciais.

Como advogados especialistas em Licitações Públicas, vamos explicar quais são as principais regras que norteiam a Licitação Emergencial, para que você compreenda o que deve ser observado desde o início do processo até a formalização do contrato.

Vejamos:

1. Justificativa formal e fundamentada da emergência

A primeira regra fundamental é que a licitação emergencial só pode ser utilizada quando houver uma situação grave, imprevista e urgente, que exija uma resposta imediata da Administração.

Isso deve ser registrado formalmente, por meio de um parecer técnico ou documento oficial que demonstre:

● A natureza da emergência ou calamidade;

● Os riscos que justificam a dispensa dos prazos normais;

● A impossibilidade de aguardar um processo licitatório regular.

Essa justificativa não é mero protocolo, mas peça-chave que valida toda a contratação emergencial. Se faltar esse documento, a contratação pode ser anulada.

2. Dispensa ou Inexigibilidade de Licitação

A licitação emergencial é uma modalidade que geralmente se enquadra na dispensa de licitação, conforme previsto no artigo 75 da Lei nº 14.133/2021 (nova Lei de Licitações).

Ou seja, a Administração pode contratar diretamente, sem abrir uma concorrência formal, desde que a situação seja emergencial.

Porém, isso não significa que não haja regras.

Mesmo na dispensa, a Administração deve garantir:

Pesquisa de preços compatíveis com o mercado: Para evitar superfaturamento;

Seleção criteriosa do fornecedor: Que tenha capacidade técnica e condições para atender com rapidez;

Formalização do contrato ou instrumento equivalente: Que contenha todas as obrigações, prazos e condições.

3. Limitações de valores e objetos contratados

A legislação estabelece limites e condições para que a licitação emergencial seja válida. Esses limites têm por objetivo evitar abusos, como contratar valores elevados ou objetos que não se justificam pela urgência.

Por exemplo:

● A contratação emergencial deve ser restrita ao estritamente necessário para sanar o problema urgente, sem extrapolar custos ou prazos desproporcionais.

Se o valor for muito alto, ou o objeto for complexo, a Administração deve justificar detalhadamente a necessidade.

4. Prazo e vigência dos contratos emergenciais

Os contratos celebrados em regime emergencial costumam ter prazos mais curtos, justamente para garantir que sejam substituídos, assim que possível, por contratos originados em licitações regulares.

Outro ponto importante: A Administração deve iniciar o procedimento licitatório formal para contratação definitiva logo que a situação emergencial for resolvida ou controlada.

5. Publicidade e transparência mesmo na emergência

Apesar da urgência, a Administração não está dispensada de publicar a contratação emergencial em meios oficiais, como o Diário Oficial, para garantir a transparência e permitir o controle social.

Sua empresa precisa estar atenta a essas publicações, pois é nelas que surgem as oportunidades para participar e apresentar suas propostas.

6. Fiscalização e controles rigorosos

Como a licitação emergencial é uma exceção que abre espaço para contratações mais rápidas e diretas, os órgãos de controle interno e externo, como tribunais de contas e Ministério Público, exercem uma fiscalização ainda mais rigorosa.

Por isso, todas as etapas precisam estar bem documentadas, e sua empresa deve ter cuidado para não entrar em processos com irregularidades, que podem levar a multas, sanções e até impedimento de participar de futuras licitações.

7. Capacidade técnica e prontidão do fornecedor

Para vencer uma licitação emergencial, sua empresa deve comprovar capacidade técnica para atender imediatamente a demanda.

Isso significa ter condições de entregar o produto ou serviço no prazo exigido, sem comprometer a qualidade.

Além disso, é preciso estar pronta para responder rapidamente a qualquer exigência documental, porque os prazos costumam ser muito curtos.

Diante de tantas regras, exceções e cuidados que a licitação emergencial exige, é essencial contar com o apoio de um advogado especialista em Licitações Públicas.

O advogado especialista em Licitações Públicas vai ajudar a sua empresa a entender todas as regras do processo para garantir que a sua participação seja legal no certame.

3. Qual o procedimento da Licitação Emergencial?

A seguir, como advogados especialistas em Licitações Públicas, explicamos etapa por etapa como ocorre a contratação emergencial, com base na Lei nº 14.133/2021 (nova Lei de Licitações).

Ressaltamos ainda, os pontos em que sua empresa deve ter mais atenção para evitar problemas jurídicos e garantir segurança e legalidade.

1º Passo: Identificação da situação emergencial

O procedimento se inicia com a constatação de uma situação que exige resposta imediata.

Estamos falando de eventos imprevisíveis, como desastres naturais, colapsos estruturais, risco iminente à saúde pública ou segurança de pessoas e bens.

O que ocorre nessa fase

● A Administração elabora uma justificativa técnica detalhada, indicando por que o procedimento licitatório comum não pode ser seguido.

Essa justificativa deve ser formalizada em processo administrativo, com documentos, laudos, registros e demais provas que caracterizem a urgência.

Importante: Não basta alegar pressa. A emergência precisa ser real, atual, comprovada e motivada.

2º Passo: Fundamentação legal da Dispensa

Com base na justificativa, o gestor público deverá fundamentar a dispensa de licitação, conforme prevê o inciso VIII do artigo 75 da nova Lei.

O que ocorre nessa fase

É emitido um despacho jurídico ou parecer técnico: Reconhecendo que estão presentes os requisitos legais da dispensa;

Esse ato autoriza a contratação direta: Mas apenas nos limites da situação emergencial.

Dica de advogados especialistas em Licitações Públicas: A contratação emergencial não pode ser usada para justificar gastos desproporcionais ou para “driblar” o procedimento licitatório convencional.

3º Passo: Levantamento e pesquisa de mercado

Mesmo em emergências, o gestor público deve buscar orçamentos ou propostas de preços com fornecedores disponíveis para garantir a vantajosidade da contratação.

O que ocorre nessa fase

Realiza-se pesquisa de mercado simplificada: Com no mínimo três orçamentos (quando possível);

● Avalia-se a capacidade técnica e a disponibilidade imediata dos fornecedores.

Dica de advogados especialistas em Licitações Públicas: Ter propostas prontas, portfólio técnico atualizado e capacidade de resposta rápida pode ser decisivo para sua empresa ser contratada.

4º Passo: Seleção do fornecedor

Com base nas propostas recebidas, a Administração seleciona o fornecedor com melhor proposta vantajosa, respeitando critérios objetivos (preço, prazo, capacidade de entrega, entre outros).

O que ocorre nessa fase

Pode haver contato direto com os fornecedores: Inclusive por e-mail, telefone ou outros meios céleres;

● A Administração documenta a escolha com base nos critérios técnicos e comerciais mais favoráveis ao interesse público.

5º Passo: Formalização da contratação

Apesar da urgência, a contratação não pode ser verbal.

É indispensável que haja um instrumento formal de contrato ou outro documento equivalente (como nota de empenho, ordem de fornecimento ou instrumento de ajuste).

O que ocorre nessa fase

Redação e assinatura do contrato com cláusulas claras sobre objeto, preço, prazo, forma de pagamento, penalidades e garantias;

● Publicação do extrato do contrato no Diário Oficial ou outro meio oficial: Conforme exigência legal.

Dica de advogados especialistas em Licitações Públicas: A ausência de contrato formal pode comprometer a legalidade da contratação e gerar problemas futuros, tanto para o ente público quanto para o contratado.

6º Passo: Execução do objeto

Após a formalização, inicia-se a execução contratual.

Aqui, o fornecedor deve cumprir rigorosamente os prazos e as condições pactuadas, já que o descumprimento pode implicar penalidades severas, inclusive multa e suspensão de contratar com o poder público.

O que ocorre nessa fase

● A Administração fiscaliza a execução por meio de um gestor ou fiscal do contrato;

● São feitos registros formais de entregas, medições, prazos e conformidade com as especificações técnicas.

7º Passo: Início do processo licitatório regular

A contratação emergencial tem caráter provisório.

Assim, enquanto ela é executada, a Administração deve iniciar o processo para uma contratação definitiva por licitação regular, especialmente se o problema persistir.

O que ocorre nessa fase

● O órgão ou entidade começa a elaborar o termo de referência para uma licitação convencional;

● O contratado na emergência não tem direito automático à renovação ou continuidade: Salvo novo processo competitivo.

8º Passo: Prestação de contas e controle externo

Por fim, o processo emergencial será submetido ao controle interno e aos órgãos de controle externo, como os Tribunais de Contas.

Isso significa que todos os atos praticados, inclusive pela empresa contratada, serão analisados quanto à legalidade, economicidade e moralidade.

O que ocorre nessa fase

● Fiscalização da contratação e da execução;

● Possibilidade de responsabilização em caso de irregularidades: Tanto da Administração quanto do fornecedor.

Como vimos, a Licitação Emergencial segue um rito próprio, mais rápido, mas não menos rigoroso.

Cada etapa exige atenção, técnica e conformidade com a lei.

Empresas bem preparadas, com estrutura adequada e orientação jurídica especializada, têm maiores chances de sucesso e segurança nesse tipo de contratação.

Por isso, contar com o auxílio de um advogado especialista em Licitações Públicas.

4. Licitação Emergencial: Importância de contar com o auxílio de um advogado especialista em Licitações Públicas.

Diferente do que muitos pensam, a licitação emergencial não é uma brecha para contratar sem controle, e muito menos uma zona livre de obrigações legais.

Ela é uma exceção prevista na lei, que só pode ser usada em situações urgentes, reais e devidamente justificadas.

Mesmo com a dispensa do processo licitatório tradicional, a Administração Pública deve cumprir uma série de exigências formais:

● Justificar tecnicamente a emergência;

● Selecionar fornecedores com base em critérios objetivos;

● Buscar a melhor proposta em termos de vantajosidade;

● Garantir publicidade e transparência;

● Formalizar contrato com cláusulas rigorosas;

● Garantir fiscalização da execução e controle posterior.

Para sua empresa, isso significa que qualquer erro, falha documental ou descumprimento contratual pode gerar sérias consequências:

● Inadimplência;

● Sanções administrativas;

● Exclusão de futuros processos e até responsabilização judicial.

Por que o advogado deve ser especialista em Licitações Públicas?

A licitação emergencial exige um conhecimento técnico profundo, não apenas das regras da nova Lei de Licitações, mas também da realidade prática da Administração Pública, dos entendimentos dos Tribunais de Contas e das exigências que surgem a cada etapa do processo.

Um advogado generalista pode até conhecer noções básicas, mas só um advogado especialista em Licitações Públicas tem a vivência necessária para prever riscos, interpretar corretamente o contexto legal e orientar sua empresa com precisão em tempo real.

Licitação não é apenas direito administrativo: Envolve contratos, responsabilidade civil, compliance, controle de riscos e, principalmente, estratégia.

Como o advogado especialista em Licitações Públicas pode ajudar a sua empresa?

Análise jurídica da oportunidade: O advogado especialista em Licitações Públicas avalia se a contratação emergencial está sendo conduzida dentro dos limites legais, protegendo sua empresa de entrar em processos irregulares ou com risco de anulação;

Apoio na preparação documental: Em licitações emergenciais, o tempo é curto. Um especialista garante que sua documentação esteja pronta, regular e de acordo com as exigências da Administração;

Redução de riscos contratuais: O contrato emergencial, apesar da urgência, tem cláusulas rigorosas. O advogado especialista em Licitações Públicas analisa os termos e orienta sobre prazos, multas, garantias e obrigações que podem afetar o fluxo financeiro e operacional da sua empresa;

Acompanhamento durante a execução: Durante a execução do contrato, o advogado especialista em Licitações Públicas acompanha eventuais notificações, orienta sobre ajustes contratuais, responde a ofícios e previne sanções administrativas.

Defesa em caso de questionamento ou sanção: Se houver fiscalização dos Tribunais de Contas ou contestação do contrato, o especialista atua de forma técnica e fundamentada, protegendo a reputação e a capacidade da empresa continuar contratando com o poder público.

Riscos de não contar com um advogado especialista em Licitações Públicas

Não contar com um advogado especialista em Licitações Públicas pode gerar prejuízos diretos e indiretos que muitas vezes não são percebidos de imediato:

● Participar de uma contratação irregular e ter o contrato anulado;

● Assinar cláusulas abusivas ou desvantajosas sem perceber;

● Deixar de cumprir obrigações acessórias por desconhecimento técnico;

● Sofrer sanções administrativas por falhas na execução;

● Ser impedido de contratar com a Administração por até dois anos;

● Envolver-se em procedimentos de responsabilização por dano ao erário.

Muitos desses problemas não surgem durante a contratação, mas sim após a execução, na fase de fiscalização.

E quando surgem, a defesa jurídica já se torna mais difícil, mais cara e mais desgastante.

Conclusão

Como vimos ao longo deste conteúdo, participar de uma Licitação Emergencial é, sem dúvida, uma grande oportunidade para empresas que têm estrutura, agilidade e compromisso com a execução contratual.

Mas também é uma operação que exige atenção redobrada, porque, embora o procedimento seja mais rápido, não é menos complexo e muito menos isento de riscos.

A legislação impõe regras claras, etapas obrigatórias e uma fiscalização rigorosa que alcança tanto o ente público quanto o fornecedor contratado.

Felizmente, você está mais preparado para participar de uma Licitação Emergencial.

Afinal, só aqui nós mostramos:

● O que é Licitação Emergencial

● Licitação Emergencial: Regras essenciais

● Qual o procedimento da Licitação Emergencial

● Licitação Emergencial: Importância de contar com o auxílio de um advogado especialista em Licitações Públicas

O auxílio de um advogado especialista em Licitações Públicas, é uma necessidade estratégica.

Por isso, estamos aqui para ajudar e orientar sua empresa desde a análise de riscos até a assinatura e execução do contrato, garantindo segurança jurídica, redução de passivos e eficiência em todas as fases do processo.

Leia também:

Concorrência Pública: Documentos necessários.

Rescisão de Contrato Administrativo: Como proceder?

7 Erros comuns que levam a desclassificação da Licitação.

Até o próximo post. 

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