A dispensa emergencial ocorre quando é impossível que um procedimento de licitação seja realizado pela Administração Pública.
De tal modo, a dispensa emergencial é um procedimento para situações excepcionais em que é necessária a contratação de forma urgente de bens, obras ou serviços. Geralmente é utilizada para atender necessidades críticas da Administração Pública.
Em 2021 entrou em vigor a nova Lei de Licitações, a Lei n. 14.133/2021, a qual dispõe em seu art. 75, inciso VIII, sobre a dispensa de licitação em casos de emergência, como se observa abaixo:
“nos casos de emergência ou de calamidade pública, quando caracterizada urgência de atendimento de situação que possa ocasionar prejuízo ou comprometer a continuidade dos serviços públicos ou a segurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos e outros bens, públicos ou particulares, e somente para aquisição dos bens necessários ao atendimento da situação emergencial ou calamitosa e para as parcelas de obras e serviços que possam ser concluídas no prazo máximo de 1 (um) ano, contado da data de ocorrência da emergência ou da calamidade, vedadas a prorrogação dos respectivos contratos e a recontratação de empresa já contratada com base no disposto neste inciso”
Portanto, mesmo nos casos de dispensa emergencial, é necessário que se mantenha a publicidade e transparência no processo, além da documentação adequada que dê respaldo à dispensa da licitação.
A justificativa para a dispensa emergencial deve ser documentada de forma adequada, pois se mantêm como princípios essenciais do procedimento a legalidade e a legitimidade das ações da administração pública.
A dispensa emergencial é um procedimento para situações excepcionais em que é necessária a contratação de forma urgente de bens, obras ou serviços.
Abaixo trazemos situações específicas, conforme a legislação, em que a dispensa emergencial pode ser necessária:
Calamidades públicas: são os casos de desastres naturais, como enchentes, incêndios, terremotos, tornados ou outros eventos desta natureza que causem danos extensos e necessitem de uma ação rápida por parte da Administração Pública;
Situações de guerra: casos em que há ameaça à segurança nacional em razão de alguma guerra ou conflito e que exigem medidas de proteção rápida;
Emergências de saúde pública: pandemias, surtos de doenças contagiosas e outros tipos de emergências de saúde pública, que exigem a aquisição urgente de suprimentos, equipamentos e serviços;
Riscos à segurança: incidentes que envolvam explosivos, substâncias perigosas, entre outros, que representam riscos iminentes à sociedade;
Crises econômicas: quando há crises econômicas graves, pode ser necessário que se adquira bens e serviços para a manutenção de serviços essenciais;
Manutenção da ordem pública: quando há eventos que podem causar instabilidade na ordem pública e é preciso uma intervenção rápida;
Falhas em serviços essenciais: quando há falhas críticas em serviços essenciais, como energia, fornecimento de água, saúde, ou outros.
Abaixo trazemos os principais passos do processo de dispensa emergencial:
1. Elaboração, pela Administração Pública, de justificativa detalhada e fundamentada para a dispensa de licitação emergencial;
2. A autoridade competente deve tomar a decisão de realizar a dispensa emergencial, o que deve ser documentado;
3. Garantir a publicidade da contração, com a divulgação da dispensa emergencial e condições da contratação;
4. Realização de pesquisa de preços;
5. Manter a transparência durante todo o processo de contratação, o qual deve ser de conhecimento público, de modo que é essencial a prestação de contas no final do processo;
6. Monitorar e fiscalizar o processo de contratação, para garantir que os recursos públicos estão sendo utilizados de maneira correta.
Abaixo trazemos algumas atitudes e medidas que podem ser adotadas para que o procedimento de dispensa emergencial ocorra de maneira ética, legal e eficiente.
Exigir que haja uma justificativa detalhada e fundamentada para a dispensa emergencial;
Garantir que há documentação da decisão de aplicar a dispensa emergencial pela autoridade competente;
Garantir que há a divulgação da dispensa emergencial e condições da contratação;
Implementar controles internos e auditorias independentes, de modo a garantir a legalidade do processo;
Realizar pesquisa de preços de forma transparente, com documentação completa;
Avaliar a idoneidade dos fornecedores e a sua capacidade técnica;
Permitir a participação de órgãos de controle em todas as etapas do processo;
Instituir mecanismos de monitoramento contínuo;
Divulgar os resultados de forma ampla e pública;
Criar comitês de crise, que irão revisar e validar as decisões tomadas no processo.