Como formalizar um Acordo Extrajudicial entre médico e paciente?

Como formalizar um Acordo Extrajudicial entre médico e paciente?

Doutor, se você busca uma forma eficiente e segura de resolver conflitos com pacientes sem recorrer à Justiça, o acordo extrajudicial pode ser a solução ideal.

Um acordo extrajudicial, como o próprio nome sugere, é um instrumento jurídico celebrado fora do ambiente judicial.

Ele permite que as partes envolvidas resolvam questões de maneira amigável, preservando a relação e economizando tempo e recursos.

Aqui, nós vamos mostrar o que é um acordo extrajudicial, como ele funciona e o passo a passo para formalizá-lo.

Veja a seguir:

1. O que é um acordo extrajudicial?

2. Qual a validade do acordo extrajudicial entre médico e paciente?

3. O que pode comprometer a validade de um acordo extrajudicial entre médico e paciente?

4. Como formalizar um acordo extrajudicial entre médico e paciente: Passo a passo.

5. Exemplo prático de acordo extrajudicial entre médico e paciente.

6. O que acontece se o paciente descumprir o acordo?

Afinal, o objetivo principal é alcançar uma solução eficiente e ética, preservando sua reputação profissional e a confiança dos pacientes.

Aproveite o conteúdo e ótima leitura.

1. O que é um acordo extrajudicial?

Um acordo extrajudicial é um contrato firmado entre duas ou mais partes que desejam resolver um conflito ou formalizar um entendimento sem a necessidade de levar a questão ao Judiciário.

No caso específico da relação médico-paciente, o acordo extrajudicial pode ser uma alternativa em diversas situações, dentre elas:

Reclamações por Eventual Erro Médico: Quando o paciente questiona um procedimento ou resultado, e o médico deseja solucionar a questão de forma amigável;

Questões Relacionadas a Honorários: Disputas sobre valores cobrados ou inadimplência de pacientes;

Conflitos sobre Termos do Tratamento: Divergências quanto às expectativas ou continuidade do tratamento;

Indenizações por Danos Morais ou Materiais: Situações em que o paciente reivindica reparações financeiras.

Por ser celebrado fora dos tribunais, o acordo extrajudicial é geralmente mais rápido e menos oneroso, permitindo que as partes cheguem a um consenso sem a interferência de um juiz ou do longo processo judicial.

Mas, para tanto, é crucial contar com o auxílio de um advogado especialista em defesa médica.

Vamos entender isso melhor?

2. Qual a validade do acordo extrajudicial entre médico e paciente?

Para que o acordo extrajudicial entre médico e paciente seja juridicamente válido, é necessário que ele seja elaborado com rigor e atenção aos detalhes.

Aqui estão os pontos principais:

1. Redação clara e precisa

O documento deve ser claro e detalhado, evitando ambiguidades que possam gerar interpretações erradas.

Isso inclui:

● Descrição exata do problema que levou ao acordo;

● Obrigações de ambas as partes, como prazos e valores;

● Cláusulas de confidencialidade e penalidades em caso de descumprimento.

2. Consenso das partes

O acordo deve ser assinado voluntariamente por ambas as partes, sem coação ou imposição.

Qualquer indício de pressão pode comprometer sua validade.

3. Assinatura e reconhecimento de firma

Embora não seja obrigatório, o reconhecimento de firma em cartório confere maior segurança jurídica, dificultando futuras contestações sobre a autenticidade do documento.

4. Homologação judicial

Para reforçar a validade e dar força de título executivo ao acordo, ele pode ser homologado em juízo.

Isso significa que, em caso de descumprimento, ele poderá ser executado diretamente, sem a necessidade de um processo judicial para validar o documento.

Por isso, é crucial contar com o auxílio de um advogado especialista.

3. O que pode comprometer a validade de um acordo extrajudicial entre médico e paciente?

Mesmo com as melhores intenções, erros na elaboração do acordo podem comprometer sua validade jurídica.

Veja alguns exemplos:

Cláusulas abusivas ou ilegais: Se o acordo contiver termos que violem a lei ou prejudiquem de forma desproporcional uma das partes, ele pode ser anulado;

Falta de clareza ou formalidade: Um documento confuso ou mal redigido pode abrir brechas para interpretações equivocadas, gerando novos conflitos;

Coação ou vícios de consentimento: Se for demonstrado que uma das partes foi pressionada ou não estava plenamente consciente dos termos, o acordo pode ser invalidado;

Ausência de capacidade das partes: Se uma das partes for incapaz de entender ou consentir com o acordo, ele será considerado nulo.

O acordo extrajudicial é uma ferramenta poderosa para resolver conflitos de forma rápida, discreta e eficiente.

No entanto, para que ele tenha validade jurídica e realmente proteja seus interesses, é indispensável contar com um advogado especialista.

4. Como formalizar um acordo extrajudicial entre médico e paciente: Passo a passo.

O acordo, quando bem elaborado, oferece segurança jurídica e permite que o problema seja resolvido de forma ética e eficaz.

Saiba como formalizar um acordo extrajudicial entre médico e paciente passo a passo:

1º Passo: Buscar o auxílio de um advogado especialista

Antes de tomar qualquer decisão, o primeiro passo é buscar o auxílio de um advogado especialista em defesa ética médica.

O advogado irá analisar o seu caso de forma assertiva para identificar:

● O motivo do conflito;

● Os direitos e deveres de cada parte;

● A melhor estratégia para resolver a questão de forma amigável.

Essa análise é essencial para determinar se o acordo extrajudicial é a melhor solução, para garantir que os seus direitos sejam respeitados.

Próximo passo.

2º Passo: Negociação das cláusulas do acordo

Com base na avaliação, o advogado desenvolve uma estratégia para conduzir as negociações, em conformidade com o que está sendo questionado pelo paciente e o que você espera resolver com o acordo extrajudicial.

Isso pode incluir:

● Reembolsos;

● Indenizações;

● Revisão de valores;

● Suspensão de obrigações futuras.

3º Passo: Redigir o acordo extrajudicial

Após a negociação, o advogado redige o acordo extrajudicial. O documento deve conter:

Identificação das partes: Nome completo, CPF/CNPJ e outras informações relevantes;

Descrição clara do problema: Detalhar os fatos e as circunstâncias que motivaram o acordo;

Obrigações de cada parte: Especificar o que cada lado deve cumprir, como prazos, valores, ou serviços a serem realizados;

Cláusulas de confidencialidade: Garantir que o conflito e os termos do acordo sejam mantidos em sigilo;

Cláusula penal: Estabelecer consequências em caso de descumprimento, como multas.

4º Passo: Assinatura e formalização

Com o documento pronto, ambas as partes assinam o acordo. Embora não seja obrigatório, é recomendável que a assinatura seja reconhecida em cartório para aumentar a segurança jurídica.

5º Passo: Homologação judicial

Caso deseje maior segurança, o acordo pode ser homologado judicialmente.

Isso não transforma o caso em um processo judicial, mas dá ao documento força de título executivo, facilitando sua execução caso uma das partes descumpra os termos.

Quer um exemplo prático de acordo judicial entre médico e paciente?

Acompanhe no próximo tópico.

5. Exemplo prático de acordo extrajudicial entre médico e paciente.

Imagine que um paciente esteja insatisfeito com o resultado de um procedimento estético, alegando que o resultado ficou aquém do esperado.

Apesar de não haver erro técnico ou negligência, ele ameaça buscar reparação judicial.

Nesse caso, com o auxílio de um advogado, você pode propor um acordo extrajudicial que inclua:

● A realização de um procedimento corretivo, sem custo adicional, dentro de um prazo pré-definido;

● O compromisso do paciente de não buscar futuras compensações financeiras ou jurídicas relacionadas ao caso;

● Uma cláusula de confidencialidade, protegendo a reputação de ambos.

Esse acordo, quando assinado e validado, encerra a questão de maneira amigável e evita os desgastes de um processo judicial.

Como você pode observar, um acordo extrajudicial, quando bem conduzido, é uma solução eficiente para conflitos na relação médico-paciente.

Ele protege sua reputação, economiza tempo e evita os custos e desgastes de um processo judicial.

No entanto, a formalização desse tipo de acordo requer cuidado e expertise.

Contar com um advogado especialista garante que seus direitos sejam preservados e que o conflito seja resolvido de forma ética e profissional.

Riscos de formalizar um acordo extrajudicial entre médico e paciente sem o auxílio de um advogado especialista:

Muitos médicos acreditam que podem resolver conflitos diretamente com o paciente ou usar modelos prontos encontrados na internet.

No entanto, isso pode levar a:

Acordos Incompletos ou Inválidos: Um documento mal estruturado pode ser anulado judicialmente ou gerar dúvidas sobre seu cumprimento.

Riscos Jurídicos e Financeiros: Sem conhecimento técnico, é fácil incluir cláusulas que não protegem adequadamente seus direitos.

Desgaste Maior com o Paciente: Negociações mal conduzidas podem agravar o conflito, em vez de resolvê-lo.

6. O que acontece se o paciente descumprir o acordo?

Essa é uma questão importante, pois o descumprimento de um acordo extrajudicial pode gerar implicações legais e financeiras, e a forma de lidar com isso dependerá da estrutura do acordo e das medidas tomadas previamente.

Quando um acordo extrajudicial é formalizado corretamente, com suporte jurídico e homologado judicialmente, ele adquire a força de um título executivo extrajudicial.

Isso significa que, caso o paciente descumpra os termos, você pode cobrar judicialmente o cumprimento do acordo ou buscar reparação pelos prejuízos causados, sem a necessidade de discutir o mérito da questão novamente.

Nessa situação, o mais recomendado é buscar o auxílio de um advogado especialista para notificar formalmente o descumprimento do acordo e buscar a execução do acordo na Justiça.

Com isso, o paciente será intimado a cumprir suas obrigações ou arcar com as penalidades previstas no documento.

E tem mais.

Se o acordo contiver uma cláusula penal, como multa em caso de descumprimento, você poderá exigir o pagamento dessa penalidade além do cumprimento da obrigação principal.

Exemplo: se o paciente assinou um acordo para não divulgar informações sigilosas sobre o tratamento e descumpriu essa cláusula, você pode exigir judicialmente a aplicação da multa estipulada e, em alguns casos, uma indenização por danos morais e/ou materiais.

Mas, para tanto, é indispensável contar com o suporte de um bom advogado especialista.

Conclusão

Como vimos ao longo do conteúdo, o acordo extrajudicial é uma solução prática, ágil e segura para resolver conflitos entre médicos e pacientes.

E que é crucial contar com a orientação de um advogado especialista para formalizar um documento válido, proteger sua reputação e evitar desgastes desnecessários.

Felizmente, você está mais preparado para enfrentar este tipo de situação.

Afinal, aqui nós mostramos:

● O que é um acordo extrajudicial

● Qual a validade do acordo extrajudicial entre médico e paciente

● O que pode comprometer a validade de um acordo extrajudicial entre médico e paciente

● Como formalizar um acordo extrajudicial entre médico e paciente: Passo a passo

● Exemplo prático de acordo extrajudicial entre médico e paciente

● O que acontece se o paciente descumprir o acordo

Espero ter ajudado.

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Se você está enfrentando uma situação que exige uma resolução amigável, procure um advogado especialista. Ele será seu parceiro em todo o processo, garantindo que seus direitos sejam preservados e que o acordo seja justo para ambas as partes.

Até o próximo post. 

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