Existem diversos tipos de contrato empresarial:
● Contrato de prestação de serviços;
● Contrato de compra e venda;
● Contrato de parceria;
● Contrato de trabalho;
● Dentre outros.
Cada contrato empresarial desempenha um papel importante na proteção dos interesses da empresa.
Saber qual contrato é o mais adequado para cada situação evita problemas legais e garante a segurança jurídica em todas as suas operações.
E neste post, você vai compreender as particularidades de cada tipo de contrato empresarial.
Confira:
1. O que é um contrato empresarial?
2. Princípios de todo contrato empresarial.
3. Quais são os tipos de contrato empresarial?
4. Importância de contar com o apoio de um advogado especializado antes de assinar um contrato empresarial.
Com todas essas informações, você vai ver que o contrato empresarial é uma ferramenta estratégica para qualquer empresário. Através dele que se estabelece, formalmente, uma relação comercial segura e previsível.
Tenha uma boa leitura.
Contrato empresarial é um documento jurídico que formaliza um acordo entre empresas ou entre uma empresa e uma pessoa física para a realização de transações comerciais.
Esse tipo de contrato é essencial para regulamentar as atividades empresariais, definindo direitos, deveres, responsabilidades e as condições de cada parte envolvida.
Em outras palavras, o contrato empresarial serve para estabelecer as “regras do jogo” em relações comerciais, trazendo previsibilidade e segurança jurídica para os envolvidos.
Cada contrato empresarial é elaborado conforme as necessidades e o contexto do negócio em questão.
No entanto, há princípios que devem ser seguidos em todo contrato empresarial.
Vamos entender melhor?
Antes de partirmos para os diferentes tipos de contrato empresarial, é preciso ter em mente, que há princípios que devem ser seguidos, para a plena validade e eficácia do documento.
São eles:
Este é um dos pilares dos contratos empresariais.
A autonomia da vontade significa que as partes, no caso, as empresas envolvidas, têm liberdade para negociar e definir os termos e condições do contrato.
Ou seja, você e a outra parte podem criar um contrato que atenda às necessidades específicas de ambos os lados.
No entanto, essa liberdade tem limites: o contrato não pode contrariar a lei ou os bons costumes.
O princípio da boa-fé é central em qualquer relação contratual.
Ele exige que todas as partes envolvidas no contrato atuem de forma honesta e transparente, desde a negociação até o cumprimento do acordo.
A boa-fé evita que uma parte se aproveite de uma brecha no contrato para prejudicar a outra.
Esse princípio também é fundamental na hora de resolver disputas, pois a justiça geralmente considera quem agiu de maneira ética e de acordo com as intenções do contrato.
Esse princípio, também conhecido como "pacta sunt servanda", estabelece que o contrato é obrigatório para as partes.
Uma vez assinado, ele cria obrigações legais que devem ser cumpridas.
O princípio da obrigatoriedade protege a sua empresa de quebras contratuais, assegurando que o que foi acordado será seguido.
Caso a outra parte não cumpra com o que foi combinado, o contrato permite que você tome medidas legais para exigir esse cumprimento.
No contrato empresarial, o princípio da onerosidade garante que ambas as partes tenham vantagens e deveres proporcionais.
Em outras palavras, o contrato não pode beneficiar apenas um lado enquanto impõe encargos excessivos ao outro.
Um contrato deve sempre envolver uma troca justa de benefícios e responsabilidades.
Esse princípio diz respeito ao fato de que o contrato gera obrigações apenas entre as partes que o assinam, ou seja, ele é relativo a essas partes e não afeta terceiros.
Isso quer dizer que nenhum terceiro pode ser obrigado a cumprir ou interferir nas obrigações estabelecidas no contrato, o que é vital para a segurança jurídica.
Assim, você e a outra parte podem ter certeza de que a relação é exclusiva entre vocês, sem interferências externas.
Por fim, temos o princípio da interpretação dos contratos, que determina que, em caso de dúvidas sobre o sentido de alguma cláusula, o contrato deve ser interpretado de acordo com a intenção das partes no momento em que foi feito.
A clareza é essencial para evitar litígios desnecessários.
Para assegurar uma interpretação clara e adequada, é imprescindível que o contrato seja bem redigido e que todas as cláusulas sejam explicadas minuciosamente.
O mais recomendado, é contar com o auxílio de um advogado especialista em contratos empresariais para garantir que o contrato empresarial esteja dentro das normais legais.
Feitos esses esclarecimentos…
Existem vários tipos de contratos empresariais, e a escolha do contrato ideal depende do objetivo da transação e da natureza da relação comercial.
Os principais tipos de contratos empresariais são:
1. Contrato de prestação de serviços;
2. Contrato de compra e venda de mercadorias;
3. Contrato de sociedade;
4. Contrato de locação comercial;
5. Contrato de parceria comercial;
6. Contrato de distribuição;
7. Contrato de licenciamento;
8. Contrato de franquia.
Vamos entender cada um deles?
O contrato de prestação de serviços é um dos tipos de contrato empresarial mais comuns.
É um documento que formaliza o acordo entre as partes contratantes e contratadas.
Principais cláusulas de contrato de prestação de serviços
Nele, ficam estabelecidos os seguintes termos:
● Contratação;
● Tipo de serviço;
● Prazo e local de execução;
● Forma de pagamento;
● Responsabilidade das partes;
● Confidencialidade e proteção das informações;
● Multas e penalidades;
● Rescisão do contrato;
● Definição de foro para resolução de conflitos.
Dentre outros detalhes essenciais para garantir que o serviço seja prestado de acordo com as expectativas da contratante e de forma vantajosa para a contratada.
Importantes para qualquer empresa que busca contratar serviços de terceiros ou fornecer serviços para outras empresas
Este tipo de contrato empresarial é flexível, podendo ser adaptado para diversos tipos de serviços:
● Consultoria;
● Manutenção;
● Marketing;
● Tecnologia;
● Limpeza;
● Dentre outros.
Por isso, é um modelo amplamente utilizado, já que atende a diferentes áreas e pode ser adaptado de acordo com as especificidades do serviço.
O Contrato de Compra e Venda de Mercadorias, um dos contratos empresariais mais importantes e comuns no comércio e na indústria.
Este contrato formaliza o acordo entre duas partes: o vendedor, que se compromete a entregar um determinado produto, e o comprador, que concorda em pagar pelo produto recebido.
Principais cláusulas de contrato de compra e venda de mercadorias
O contrato de compra e venda de mercadorias define os termos e as condições da transação e deve conter obrigatoriamente:
● Identificação das partes;
● Descrever detalhadamente a mercadoria que está sendo vendida;
● Condições de entrega da mercadoria ao comprador;
● Preço e condições de pagamento;
● Garantias e responsabilidade;
● Situações em que o contrato pode ser encerrado;
● Penalidades e multas;
● Definição de foro para resolução de conflitos.
Onde pode ser utilizado o contrato de compra e venda de mercadorias
Esse tipo de contrato pode ser usado tanto para transações pontuais quanto para acordos de fornecimento de longo prazo, em que o vendedor entrega mercadorias de forma regular ao comprador.
É comum no comércio de bens, sejam eles produtos acabados, matérias-primas ou itens de consumo, e pode ser adaptado para atender as necessidades específicas da empresa, como prazos de entrega, qualidade do produto e condições de pagamento.
O Contrato de Sociedade, um dos tipos mais importantes para empresários que desejam unir forças para formar ou expandir um negócio.
Esse contrato define os direitos e deveres de cada sócio, estabelece a forma de gestão do negócio e os detalhes financeiros, como a divisão dos lucros e o capital investido.
Principais cláusulas de contrato de sociedade
Saiba quais cláusulas não podem faltar em um contrato de sociedade:
● Identificação dos sócios;
● Objeto social;
● Capital social e participação dos sócios;
● Administração da sociedade;
● Distribuição de lucros e prejuízos;
● Direitos e deveres dos sócios;
● Entrada e saída de sócios;
● Duração da sociedade e dissolução;
● Definição de foro para resolução de conflitos.
Quando pode ser utilizado o contrato de sociedade
O contrato de sociedade pode ser utilizado para diferentes tipos de empresas, como sociedade limitada (Ltda.), sociedade anônima (S.A.), entre outras.
Lembrando que cada modalidade tem suas peculiaridades, e o contrato deve refletir as características e as necessidades específicas do tipo de sociedade escolhida.
O Contrato de Locação Comercial, uma modalidade de contrato empresarial essencial para empreendedores que desejam alugar um espaço para desenvolver suas atividades comerciais.
Esse contrato é regulamentado pela Lei do Inquilinato (Lei nº 8.245/91) e tem regras específicas para proteger tanto o locador quanto o locatário, garantindo a segurança jurídica de ambas as partes.
Principais cláusulas que devem conter um contrato de locação comercial
● Identificação das partes;
● Descrição do imóvel;
● Finalidade de uso;
● Valor do aluguel e forma de pagamento;
● Duração do contrato;
● Reajustes e revisão do aluguel;
● Direito de renovação;
● Responsabilidade pela manutenção;
● Multa por rescisão antecipada;
● Garantias locatícias.
Como você pode observar, esse contrato define todas as regras de uso do imóvel, desde o valor do aluguel até as responsabilidades de cada parte.
Uma ferramenta estratégica para qualquer empresário que precisa de um espaço físico para operar seu negócio.
O Contrato de Parceria Comercial é um acordo formal entre duas ou mais empresas que desejam cooperar para alcançar objetivos comuns sem precisar formar uma nova sociedade ou alterar sua estrutura interna.
Neste tipo de contrato, as empresas mantêm sua independência jurídica e operacional, mas definem compromissos e responsabilidades para trabalharem juntas.
Principais cláusulas de contrato de parceria comercial
Em um contrato de parceria comercial, não pode faltar:
● Objetivo da parceria;
● Responsabilidade de cada parte;
● Prazo do contrato;
● Confidencialidade e proteção de informações;
● Propriedade Intelectual;
● Compartilhamento de lucros e custos;
● Penalidades e rescisão antecipada;
● Forma de resolução de conflitos.
O mais recomendado é contar com o apoio de um advogado especialista para garantir que o contrato de parceria comercial realmente proteja os interesses de sua empresa.
O Contrato de Distribuição, um dos tipos de contrato empresarial mais estratégicos para empresas que buscam expandir a venda de seus produtos sem precisar gerenciar todas as etapas da comercialização.
Trata-se de um acordo entre o fabricante (ou fornecedor) e o distribuidor, no qual o fabricante concede ao distribuidor o direito de comercializar seus produtos em uma determinada região ou para um público específico.
O contrato estabelece as condições de fornecimento e venda, as responsabilidades de cada parte e, principalmente, protege os interesses comerciais de ambos, ao garantir que os produtos sejam vendidos conforme os critérios acordados.
Principais cláusulas do contrato de distribuição
● Exclusividade e território;
● Obrigações do distribuidor;
● Obrigações do fornecedor;
● Preço e condições de pagamento;
● Garantias e suporte técnico;
● Uso de marca;
● Confidencialidade e proteção das informações;
● Duração e rescisão do contrato;
● Penalidades;
● Solução de conflitos.
Um contrato de distribuição pode ser muito vantajoso, mas, sem uma análise jurídica cuidadosa, ele também pode trazer riscos para a sua empresa.
Cada cláusula deve ser minuciosamente adaptada para o seu caso, justamente por isso, a presença de um advogado especializado é crucial para evitar falhas ou ambiguidades no contrato.
Para quem é vantajoso este tipo de contrato empresarial
Esse tipo de contrato é especialmente vantajoso para empresas que desejam crescer em novos mercados, mas não têm uma estrutura física ou operacional no local.
Isso porque ele permite ao fornecedor se concentrar na produção enquanto o distribuidor se encarrega da logística e comercialização.
O Contrato de Licenciamento é uma ferramenta poderosa para empresas que desejam expandir sua atuação no mercado sem necessariamente investir diretamente em produção ou distribuição.
Trata-se de um acordo onde uma empresa, chamada licenciadora, permite que outra empresa, conhecida como licenciada, utilize certos direitos de propriedade intelectual.
Esses direitos podem incluir:
● Uso de uma marca registrada;
● Patentes;
● Know-how técnico ou até mesmo softwares, em troca de um valor, que pode ser pago de uma só vez ou em royalties, ou seja, uma porcentagem das vendas.
Principais cláusulas do contrato de licenciamento
Um contrato de licenciamento sólido e bem estruturado precisa incluir algumas cláusulas específicas para que ambas as partes se sintam seguras, dentre elas:
● Objeto do licenciamento;
● Exclusividade;
● Território e mercado;
● Duração do contrato;
● Valores e forma de pagamento;
● Qualidade e padrões de uso;
● Direitos e obrigações de cada parte;
● Proteção da propriedade intelectual;
● Rescisão do contrato e penalidades;
● Confidencialidade.
Para quem é ideal o contrato de licenciamento
Esse contrato é ideal para empresas que querem expandir seu alcance, valorizar a sua marca ou tecnologia e aumentar a receita sem investir em operações diretas. Para a licenciada, o contrato traz a vantagem de utilizar algo que já possui valor e reputação no mercado, agilizando o lançamento e o sucesso de novos produtos ou serviços.
8. Contrato de franquia
O contrato de franquia é o documento que formaliza a relação entre o franqueador e o franqueado.
Por meio desse contrato, o franqueador cede ao franqueado o direito de operar uma unidade de seu negócio (a franquia) usando a marca, o modelo de negócios, o know-how e os sistemas desenvolvidos pelo franqueador.
Esse tipo de contrato envolve várias obrigações e responsabilidades de ambas as partes, e é fundamental para garantir o sucesso do modelo de franquia.
O franqueador não apenas transfere o direito de uso da sua marca e sistema, mas também oferece suporte contínuo ao franqueado, garantindo que os padrões de qualidade e operação sejam mantidos em todas as unidades da franquia.
Principais cláusulas do contrato de franquia
Entre as principais cláusulas, destacam-se:
● Objeto do contrato;
● Área de atuação;
● Taxa de franquia e royalties;
● Suporte e treinamento;
● Padrões operacionais;
● Duração do contrato;
● Condições de rescisão;
● Transferência e sucessão;
● Proteção da Propriedade Intelectual;
● Cláusula de não concorrência.
Como você pode perceber, o contrato de franquia envolve questões complexas e de grande importância para o sucesso do negócio.
Cada cláusula precisa ser cuidadosamente elaborada para garantir que as partes compreendam suas obrigações e direitos. Um erro em uma cláusula pode gerar prejuízos financeiros ou prejudicar a reputação da marca.
Para quem é vantajoso o contrato de franquia
O contrato de franquia é vantajoso para quem deseja crescer de forma escalável, utilizando menos recursos próprios e com menor risco, mas exige uma estrutura contratual bem definida para garantir a segurança e o sucesso das partes envolvidas.
Como vimos ao longo deste conteúdo, os contratos empresariais são documentos jurídicos que estabelecem as bases legais para a relação entre empresas e seus parceiros comerciais.
● Eles podem envolver uma grande variedade de questões, como:
● Definição de responsabilidades;
● Condições de pagamento;
● Prazos;
● Cláusulas de confidencialidade;
● Dentre outros pontos importantes.
Com tantos detalhes a serem considerados, é fácil entender por que um contrato mal elaborado pode resultar em grandes problemas no futuro.
Por isso, ao elaborar qualquer tipo de contrato empresarial, é fundamental que o empresário tenha o suporte de um advogado especialista em contratos, que compreenda as especificidades de cada setor e as leis que regem o seu ramo de atividade.
O especialista irá assegurar que sua empresa esteja protegida legalmente e prevenir futuros litígios.
Você chegou ao final deste post e conheceu os principais tipos de contratos empresariais:
● Contrato de prestação de serviços;
● Contrato de compra e venda de mercadorias;
● Contrato de sociedade;
● Contrato de locação comercial;
● Contrato de parceria comercial;
● Contrato de distribuição;
● Contrato de licenciamento;
● Contrato de franquia.
Cada um desses contratos desempenha um papel fundamental na segurança e no sucesso da sua empresa.
Por isso, o ideal é contar com o auxílio de um bom advogado especialista em contratos para analisar o contrato de sua empresa de forma assertiva e proteger seu negócio contra cláusulas abusivas.
Espero ter ajudado. E já sabe, se ficou com alguma dúvida, basta deixar nos comentários, combinado?
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Até o próximo post.